domingo, 24 de julho de 2011

O trem da vida...


Um amigo falou-me de um livro que comparava a vida a uma viajem de trem. Uma comparação extremamente interessante, quando bem interpretada. Isso mesmo, a vida não passa de uma viajem de trem, cheia de embarques e desembarques alguns acidentes, surpresas agradáveis em alguns embarques e grandes tristezas em outros. Quando nascemos, entramos nesse trem e nos deparamos com algumas pessoas que, julgamos, estarão sempre nessa viagem conosco.
Nossos pais. Infelizmente, isso não é verdade; em alguma estação eles descerão e nos deixarão órfãos de seu carinho, amizade e companhia insubstituível. Mas isso não impede que, durante a viagem, pessoas interessantes, e que virão a ser super especiais para nós, embarquem.
Chegam nossos irmãos, amigos e amores maravilhosos. Muitas pessoas tomam esse trem, apenas a passeio, outros encontrarão nessa viagem somente tristezas, ainda outros circularão pelo trem, prontos a ajudar a quem precisa. Muitos descem e deixam saudades eternas, outros tantos passam por ele de uma forma que, quando desocupam seu acento, ninguém nem sequer percebe. Curioso é constatar que alguns passageiros, que são tão raros, acomodam-se em vagões diferentes dos nossos. Portanto somos obrigados a fazer esse trajeto separados deles. O que não impede, é claro, que durante a viagem, atravessamos com grande dificuldade nosso vagão e chegamos até eles. Só que, infelizmente, jamais poderemos sentar ao seu lado, pois já terá alguém ocupando aquele lugar.
Não importa é assim a viagem, cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, despedidas... Mas jamais retornos.
Façamos então, essa viagem da melhor maneira possível tentando nos relacionar bem com todos os passageiros. Procurando, em cada um deles, o que tiverem de melhor. Lembrando sempre, que em algum momento do trajeto, eles poderão fraquejar e, provavelmente, precisaremos entender isso. Porque nós também fraquejamos muitas vezes e, com certeza, haverá alguém que nos entenderá.
O grande mistério, afinal, é que jamais saberemos em qual parada desceremos muito menos nossos companheiros, nem mesmo aquele que está sentado ao nosso lado.
Eu fico pensando, se, quando descer desse trem, sentirei saudades. Acredito que sim. Separar-me de alguns amigos que fiz nele será no mínimo, dolorido. Mas me agarro na esperança que em algum momento, estarei na estação principal e terei a grande emoção de vê-los chegar com uma bagagem que não tinham quando embarcaram. E o que vai me deixar feliz, será pensar que eu colaborei para que ela tenha crescido e se tornado valiosa. Amigo querido faça com que a nossa estada, nesse trem, seja tranqüila. Que tenha valido a pena. E que quando chega a hora de desembarcarmos, o nosso lugar vazio traga saudades e boas recordações para aqueles que prosseguirem.

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